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Graduações de Faixas (Obis) ou Cinturões de Kimonos (Karatê-Gi).

Não é o homem praticante que faz a técnica, e sim a técnica que faz o homem praticante.

Toda arte marcial oriunda do Japão ou da ilha de Okinawa, tem e apresenta diversas formas de graduações, títulos e classificações. O sistema vigente de graduações de faixas (Obis) coloridas é o mais difundido e aceito. Antes muitos métodos eram usados para qualificar e marcar os níveis dos praticantes.

Alguns estilos ou métodos recorriam a três formas de graduações para seus alunos:

Simbologia de cada faixa (Obi) e Significado das Cores.

Já não é preciso explicar aos praticantes de artes marciais o que é Obi, afinal todo iniciante em qualquer modalidade na arte marcial oriunda da terra do sol nascente, inicia sua jornada na faixa branca (ShiroObi, Xirô). O termo"Ô" vem de grande, o "bi" vem de beleza, graça, charme; também pode ser pequeno, miúdo ou detalhado. Então temos na cintura de um praticante, um grande detalhe, que é sua faixa, sua relevância, sua hierarquia, seu reconhecimento no grupo, na arte marcial.

A faixa nas artes marciais surgiu em 1800, algo de certa forma atual, se considerarmos que a história das artes marciais no Japão se inicia Antes de Cristo. Naquela época não havia qualquer tipo de faixa, senão com a finalidade de segurar calças e Kimonos domésticos. Hoje a faixa é para o praticante sua idade dentro do crescimento técnico e espiritual nas artes marciais.

Antigamente a diferenciação técnica era dada pelos mestres aos seus alunos através de um certificado chamado Mokuruko, uma espécie de documento do Budōkan ao praticante.

Porém, hoje, a faixa é para muitos um troféu, um tesouro de ostentação, fazendo com que quem a use, sem atenção e muito cuidado, tenha um conceito inesperado e com pouca noção profunda, diferente da realidade.

A faixa é um símbolo, que deve ser respeitado, mas o verdadeiro crescimento está dentro de você.

Vestimentas do Carateca.

Na apresentação da nossa associação senti a necessidade de deixar expressar umas pequenas considerações sobre o famoso Kimono, tenho certeza que é de grande relevância para a condução das organizações de um Dōjō, o uniforme de treinamento não é um simples acessório esportivo, devendo portanto ser tratado com todo cuidado.


Fardas militares, uniformes escolares e trajes de empresas, mesmo uniformes de presídios, tem formas para uso. Os militares com suas fardas, devem tê-las, limpas, passadas e com suas respectivas divisas, os coturnos e sapatos sempre estar limpos e engraxados; os uniformes, escolares, de empresas, também seguem seus padrões. Nós, praticantes de artes marciais, salvando-se bem poucos, não sabemos colocar nossas faixas (Obi), nem mesmo o Kimono, aqueles que buscam nas artes marciais uma viagem de autoconhecimento e transformações pessoais e espirituais plenas, necessitam de um mínimo de esclarecimento sobre o KIMONO. Na verdade o nome correto é Karatê-Gi, Judō-Gi, nessas respectivas modalidades. No Japão o termo Kimono é para roupas de banho ou roupas sujas, com a chegada dos emigrantes japoneses, a expressão difundiu-se entre os praticantes de artes marciais, assim como o termo Kung-fu tornou-se notório com a série televisiva dos anos 70, com o ator David Carradine, o termo correto é Wu-shu.

O Karatê-Gi tem suas calças tradicionalmente acima dos tornozelos, para evitar enroscar-se no dedos dos pés, e ficar pisando na barra. Uwagi, blusão ou paletó, com suas mangas acima do punho. Todo Karatê-Gi, devia ser branco, pelo menos foi uma resolução adotada pelo mestre Gichin-Funakoshi ao visitar a Kodokān onde o mestre Gigoro-Kano ministrava aula. Ele ficou maravilhado ao encontrar tanta organização, os seus alunos vestidos com os seus Judō-Gi impecavelmente brancos, mãos postas num mudra, gesto simbólico de oração e meditação.


No conceito do mestre Kano, isso inspirava e podia ajudar o praticante a experimentar o Satorim, um flash de revelação espiritual no mundo das artes marciais.

O mestre Kano estava certo de que só a pureza das vestes, e do corpo e mente poderia assegurar a salvação. A sabedoria de Buda está dentro da mente, embora abafada pelo estrondo da consciência.