Punhos e pés para treinar a mente


Nos anos oitenta conheci o mestre Koji Takamasu, que era 07º Dan do estilo Wad­ō Ryu e tinha seu dojō na avenida Pompéia, no estado de São Paulo, lembrava que a atitude do discípulo é idêntica no templo e na academia. Sua força deve ser mental e não física, e conforme avança na prática, compreende que a meta se afasta cada vez mais, pois sempre haverá um adversário que poderá superá-lo.

Nas academias o aluno aprende em primeiro lugar o domínio e o sacrifício e com isso, a disciplina o respeito e a perseverança.

Ao forçar sua resistência a limites máximos pode ser surpreendido ao ver-se capaz de executar coisas quase sobrenaturais.

Esse estado, denominado em japonês FUKUGUEN (volta ao início), resulta de um exercício em que o aluno é levado a repetir até a exaustão. Tenso, fica cada vez mais exausto e no ponto em que sente estar prestes a cair desmaiado, percebe sua força interior retornar incondicionada e mais intensa do que antes, sem que haja sinais de cansaço ou dor.

42a no Brasil o mestre em Taekondō, Kwo-Kum Joon, veio para cá especialmente para divulgar a sua arte. Com 41 anos detinha o 07º Grau de mestrado em Taekondō, que pode ser considerado como uma espécie de karatê onde os pés são a principal arma de ataque. Embora seus praticantes neguem que a modalidade tenha relações com o Karatê, a luta surgiu na Coréia exatamente a 1333 anos, na mesma época em que os monges budistas ZEN chegaram ao Japão, depois de haverem atravessado aquela península, vindos da China.

Essa modalidade de combate surgiu entre os soldados do batalhão Hwa Rang Do, guardas do rei de Sila, uma das três regiões em que a Coréia de então, estava dividida (as outras duas eram Kaek-Jae e Kokurie). Vimos assim, que o Taekondō surgiu, antes do Karatê. Não a prática de arte marcial da ilha de Okinawa.

Com golpes em pleno ar, saltos que atingem alturas impossíveis, a técnica do Taekondō, segundo o mestre Kwon-Kum Joon, depende muito da concentração mental, visando obter a harmonia do corpo. Práticas (iogues) de controle da respiração.aliadas a velocidade e descontração interior, são essenciais para a eficácia dos golpes. Mesmo assim o lutador de Taekondō nunca aprende que um homem comum também não possa executar.